15.7.10

Mercado de Trabalho

Especialista em recrutamento, David Perry coleciona histórias como a do copo de café vazio que rendeu um emprego a um administrador de sistemas.

Coautor do livro "Guerrilla Marketing for Job Hunters 2.0" e especialista em recrutamento, o canadense David Perry defende a ideia que o uso de estratégias pouco ortodoxas na busca por uma vaga pode resultar na obtenção de um novo emprego e, acredite, em um terço do tempo.

Nesta entrevista à ComputerWorld/EUA, Perry - que escreveu o livro em parceria com Jay Conrad Levinson - fornece detalhes sobre essas estratégias e explica como os profissionais de TI podem tirar proveito de suas lições.

ComputerWorld/EUA - O que os candidatos às vagas podem fazer para encurtar a busca por um emprego?

David Perry - Parar de procurar por vagas e passar a procurar por empregadores e por pessoas influentes. Prepare uma relação com as 20 empresas em que gostaria de trabalhar. Se estas não estiverem contratando, a saída será estar em evidência nessas empresas.

Todos os dias essas organizações dispensam funcionários e a procura por mão-de-obra qualificada, na verdade, nunca cessa. Faça o máximo de contatos, frequente os círculos e, assim que a oportunidade aparecer, seja um dos primeiros a saber.

Use sites como o LinkedIn - estar lá é importante, mesmo que não traga resultados imediatos. O LinkedIn é utilizado para consultas sobre quem você é e o que faz. É muito provável que o recrutador procure pelo nome dos candidatos no Google e o LInkedIn apresenta resultados em posições altas nos resultados de busca da web.

CW - Poderia dar exemplos de marketing de guerrilha na busca por empregos?

Perry - Quem entende do assunto sabe que, em média, 20% das vagas existentes são anunciadas na web. Então uma saída é ficar esperto e procurar um meio de ficar visível para as 80% restantes. Fato é que a vasta maioria fica presa às oportunidades anunciadas na Internet.

O lance é criatividade, sabe? Foco e persistência também. Em todo caso, ações mais, digamos, ousadas podem ajudar. Tente ligar para quem decide, mas não engasgue ao ouvir a voz do diretor e lembre que ele tem segundos antes de desligar na sua cara. Faça um CV bacana, com testemunhos de outras pessoas, algo rico e informativo. Tem até caso de gente entregando CVs em embalagens bem criativas como dentro de copos de café descartáveis.

CW - Em copos de café? Como assim? Isso já funcionou para alguém?

Perry - Eu chamo isso de um CV com personalidade. Os ingredientes são bastante básicos: um CV repleto de cores, com logotipos de antigos empregadores, uma embalagem de café para viagem da Starbucks e uma breve carta de apresentação convidando o recrutador para um café e uma conversa sobre como o candidato pode ajudar a empresa.

O negócio é mandar essa caixa por FedEx, DHL ou outro serviço similar. Sobre o sucesso dessa tática, sugiro que pergunte a Mark Thomas. Ele teve de parar a operação de envio dos CVs em copos de café, pois estava com a agenda lotada depois de enviar dez pacotes desse tipo. Thomas começou em um emprego novo em 8 de março, na função de administrador de sistemas em Mesa, no Arizona.

CW - E você acredita que essas táticas servem para profissionais da área de TI?

Perry - Por que não funcionaria? Acho que os profissionais de TI são as pessoas mais habilitadas a fazer esse tipo de ação. Eles têm uma noção nata de como funcionam as redes e as ferramentas colaborativas nas empresas.

Perspectivas
Ainda não temos as previsões de contratação para o mercado de trabalho aqui do Brasil. Mas os números do mercado americano para o segundo semestre são os seguintes:

20% pretendem aumentar substancialmente o contingente de profissionais de TI no segundo semestre;

51% pretendem contratar, mas não muito;

29% responderam não ter intenção alguma de contratar novos profissionais de TI.

Por “aumentar substancialmente” entende-se um incremento de até 50% no número de profissionais desse segmento.

À pergunta "Que nível profissional deve ter o profissional que você pretende contratar?", as respostas foram:

16% Iniciantes

De dois a cinco anos de experiência: 52%

De cinco a dez anos de experiência: 60%

Mais de dez anos de experiência: 29%

Não souberam: 8%

Obs. Para cada pergunta era aceita mais de uma resposta.

(Jamie Eckle)

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