16.12.10

Disposto a varrer a internet atrás de um novo emprego e de começar 2011 com uma perspectiva melhor? Então preste muita atenção nessas seis dicas.

1. CV agora é digital
Impressora? O que é isso? Em que século estamos? E as árvores? 
Seu CV digital pode ser um perfil no LInkedIn ou um blog pessoal. Se preferir, pode ainda ser um serviço contratado igual o Elance, que possibilita interagir com outros membros da rede e exibir seu portfólio com base em exemplos online. O Elance exibe também recomendações de colegas, prova irrefutável de sua competência. 
“É o fim do CV impresso”, diz o CEO da E lance, Fabrio Rosati. “Eles são estáticos e ficam desatualizados com uma velocidade enorme” adverte.
Rosati diz que para 2011, as perspectivas de ser rastreado digitalmente antes de qualquer contato direto são imensas.

2. Sistemas móveis
Durante todo o ano de 2010 ficou evidente que empresas e consumidores querem soluções que funcionem bem em dispositivos móveis e em desktops. Isso não passa despercebido por agências de RH digitais.
A Elance percebeu um aumento de 98% na demanda por aplicativos compatíveis com a plataforma móvel. Um forte indício de que as empresas irão lançar mais e mais dispositivos móveis. 
Essa mudança terá reflexo direto na forma em que sites são programados. Para 2011 esperam-se sites de design mais enxuto e de fácil leitura. Algo que fique bem em uma tela de 3,5 polegadas. 

3. Funcionário virtual trabalha de casa
A cada ano, a comunicação derruba barreiras longamente vistas como impeditivo que certas tarefas fossem cumpridas a partir de qualquer lugar. 
Bom, para 2011 essa tendência deve crescer. De acordo com a Elance, recursos de plataformas colaborativas, banda larga em níveis aceitáveis, telepresença e outras soluções virtuais poderá facilitar o chamado Home Office. 
Se lembrarmos que, no começo de dezembro, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 4505/08, que trata do Teletrabalho, e que ainda falta a aprovação do Senado, o tema será quente em 2011 também no Brasil. 

4. A guerra Flash x HTML5 
Incrivelmente famoso e aceito em todas as plataformas de navegação, o HTML5 está muito próximo de se tornar o substituto do Flash na hora de entregar conteúdo interativo. 
Mas, segundo informações da Elance, isso ainda não aconteceu.
Existe, isso é inegável, uma procura alta por programadores HTML5, mas o Flash continua na liderança, mesmo depois de ter perdido o apoio da Apple.
E não interessa quem vença essa luta, o HTML5 ou o Flash. Certo é que haverá demanda por programadores que atuem em um dos dois fronts. Escolha o seu lado.
 
5. Negócios, negócios; rede social a parte? 
As repetidas investidas da Google contra o Groupon podem ser o sinal mais evidente da necessidade de empresas comerciantes terem de investir em mídias sociais. 
Para Rosati, isso se manifesta de formas diferentes. As companhias terão de investir mais em ferramentas para dar conta de sua interação social. Para tal, devem escolher profissionais de perfil altamente envolvido em ações desse tipo. 
As vias de comércio devem se dar com base em relacionamento e usar as redes de contato do Facebook, do Twitter e de outras rodas digitais. Tudo para aproveitar o boca-a-boca que corre nesses meios.
Então uma das demandas principais será por gente que entende o valor dessa interação e saiba conduzir esse processo de maneira tranqüila, próxima ao consumidor/amigo/fã. 
6. Aqui jaz o marketing tradicional 
Em 2011, de acordo com a Elance, as empresas devem continuar migrando recursos originalmente usados em estratégias como o marketing direto e telemarketing.
O alvo, agora, serão as mídias digitais. E o trio escolhido para liderar essas investidas são os irmãos SEO (otimização de sites para motores de busca), SEM (investimento em links patrocinados) e SMM (marketing desenvolvido para acontecer dentro das mídias sociais). 
“Qualquer empresa realmente interessada em participar da vida do consumidor, deverá estar onde este for. Nas redes sociais, nos sites de busca (Google e Bing) e na lista de amigos de meus amigos”, finaliza Rosati. 

16.8.10

Levantamento aponta que 36,9% das mulheres em cargos de liderança se destacam por tarefas que dependem do trabalho em equipe.



Entre as mil maiores empresas do mundo, o número de mulheres que ocupam a posição de CIO ou vice-presidente de TI saltou de 12%, em 2007, para 16,4%, no último ano. O dado foi divulgado pela consultoria de recrutamento Sheila Greco Associates. De acordo com o mesmo levantamento, apesar do aumento de participação das profissionais do sexo feminino, ainda é raro encontrar uma mulher em cargos técnicos, como a diretoria de infraestrutura.
A pesquisa informa que 36,9% das mulheres que ocupam cargos de liderança na área de TI se destacam nas tarefas que dependem do trabalho em equipe, enquanto que esse índice cai para 19% entre os homens na mesma posição. Em contrapartida, 81% dos CIOs do sexo masculino ganham projeção por suas contribuições individuais, enquanto que, no caso das representantes do sexo feminino, esse índice é de  63,1%.
Para a vice-presidente de pesquisas e de programas executivos do Anita Borg Institute, Caroline Simard, não são os diferenciais que têm levado as mulheres à posição de liderança em TI e, sim, os exemplos. “Algumas jovens, quando observam cada vez mais executivas em cargos de liderança, se sentem encorajadas a buscar oportunidades de crescimento profissional”, afirma a executiva. “E, uma vez em posição de destaque dentro das organizações, essas profissionais promovem a entrada de mais mulheres para a companhia”, completa. 
A atual CTO da Cisco Systems, Padmasree Warrior, convive em um ambiente em que mulheres tomam decisões e ocupam vários cargos de alto escalão. Mas nem sempre foi assim. “Quando iniciei a carreira, na indústria de semicondutores, como engenheira de produção, entre milhares de engenheiros, havia apenas três ou quatro pessoas do sexo feminino”, relata. Ainda segundo ela, as profissionais eram obrigadas a mudar a maneira de agir, de falar e, até mesmo, de se vestir, para se adequar a um ambiente predominantemente masculino. 
Essa pressão explica, em parte, o fato de que 74% das mulheres que trabalham no segmento de TI adoram o que fazem, mas estão propensas a deixar a carreira muito mais fácil do que os homens. Para a CIO e vice-presidente de inovação, tecnologia e serviços da companhia de seguros Aetna, Meg McCarthy, essa situação se deve ao fato de que o profissional de tecnologia da informação precisa estar o tempo todo envolvido com o trabalho, o que dificulta um equilíbrio entre vida profissional e pessoal. 
A própria Meg admite que só consegue manter seu cargo pelo fato de estar solteira e não ter filhos.  Não à toa, 33% das gestoras de TI consultadas pelo estudo do Anita Borg Institute apontam que postergaram a maternidade, por conta das pressões profissionais. 
A vice-presidente executiva e responsável por conduzir áreas de risco e de conformidade do banco Wells Fargo Inc., Kerri Grosslight, informa que outra peculiaridade com a qual as mulheres precisam lidar se quiserem alcançar o topo na carreira é o comportamento agressivos por parte de colegas de trabalho. “Eu não conseguia me ver agindo daquela maneira”, cita a executiva, ao considerar que as profissionais tendem a  expor suas opiniões de maneira menos impositiva do que os homens, quando estão na mesa de negociação com o board.

9.8.10

Pesquisa com mais de 1,5 mil CEOs ao redor do mundo aponta que executivos também têm priorizado a relação com os clientes e a habilidade operacional.

Quando questionados sobre qual a característica imprescindível para os líderes na atualidade, a maior parte dos CEOs responde: criatividade. Pelo menos, essa foi a constatação de uma pesquisa realizada com 1.541 líderes de corporações, de 60 países, pela IBM.
O levantamento aponta que os CEOs têm buscado novas formas de conduzir suas empresas. Assim, a criatividade dos profissionais em posição de liderança nas empresas fica acima, em termos de importância, do que questões como sustentabilidade e eficiência operacional.
De acordo com o levantamento, essa preocupação em gerenciar a organização de uma forma criativa é um reflexo da recente crise internacional, a qual fez as empresas acordarem para a necessidade de lidar com cenários complexos, voláteis e cheios de incerteza. Como resultado, os CEOs passaram priorizar o relacionamento com os clientes e a habilidade de gerenciar as operações para obter sucesso nesse novo cenário de negócios.

2.8.10

Ambiente de trabalho é importante para reter talentos em TI

Por Edileuza Soares

Entre as 70 Melhores Empresas para Trabalhar, índice de evasão voluntária de profissionais foi de 9%, contra média de 19% no resto do setor.

Em um mercado no qual falta mão de obra especializada, a capacidade de reter os melhores profissionais representa um diferencial competitivo para as empresas. No setor de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação), a preocupação das organizações com esse tema ganhou ainda mais força com o aquecimento da economia brasileira.

Afinal, qual o segredo para a retenção de talentos? Um dos caminhos é ter um ambiente de trabalho que seja considerado excelente para os funcionários. Uma prova disso está no fato de que, entre as 70 Melhores Empresas para Trabalhar em TI e Telecom, o índice de evasão voluntária de profissionais – ou seja, pessoas que deixam a organização por decisão própria – foi de aproximadamente 9% em 2009. No mesmo período, a média geral do setor foi de 19%.

Para o sócio-diretor da consultoria em recursos humanos Korn/Ferry no Brasil, Jairo Okret, para reter os profissionais, as empresas precisam fazer com que eles se sintam engajados com a organização. “Quando isso acontece, cumprem suas tarefas porque acham importante e, não, por obrigação”, aponta Okret.

O caminho para ter colaboradores comprometidos e satisfeitos, segundo o especialista, vai muito além de uma política de remuneração atraente. De acordo com um levantamento da Korn/Ferry, as questões que mais retêm um profissional na organização são o alinhamento à estratégia da empresa, um bom plano de carreira e confiança nos líderes, enquanto que o salário aparece em 10º lugar na lista de prioridades.

Entre as 70 Melhores Empresas para Trabalhar em TI e Telecom no Brasil, o fator mais valorizado pelos funcionários nas organizações, segundo a pesquisa do Great Place to Work, é a oportunidade de crescimento e de desenvolvimento na carreira. Este item foi citado por 58% dos profissionais entrevistados.

29.7.10

Veja dez perguntas típicas de um selecionador e saiba como respondê-las.

A entrevista de emprego pode ser o maior adversário do candidato na hora de buscar uma recolocação. Neste momento, o nervosismo e o receio de não saber o que responder em determinados questionamentos podem confundí-lo e acabar com suas chances no novo emprego.

Segundo Camila Martins, consultora de recursos humanos da Luandre, no momento da entrevista o candidato deve manter a calma e ter confiança, pois “o seu currículo já foi selecionado entre tantos outros e agora é o momento de mostrar ao entrevistador toda sua competência, tanto pessoal quanto profissional”. Para a consultora, é importante que o candidato saiba que não há uma receita de bolo para uma entrevista de emprego e nem um script para as respostas certas, mas o candidato pode se preparar para responder algumas questões que geralmente são feitas pelos profissionais de RH.

Confira as perguntas:

1 - Me fale um pouco de você (estado civil, filhos, com quem mora, etc)
Não há resposta melhor do que a verdade. Seja verdadeiro, pois nossas avós já diziam que a mentira tem perna curta.
2 - O que você faz no seu tempo livre?
Lembre-se que os seus hobbies e ocupações demonstram não só a capacidade de administrar o seu tempo, como também aptidões, preocupações com o seu desenvolvimento pessoal e facilidade no relacionamento interpessoal.
3 - Conte sobre sua evolução profissional. Qual seu foi seu primeiro emprego e qual seu cenário hoje?
É muito importante que você seja muito claro e demonstre toda sua atuação profissional e a forma como o posicionamento desta o torna um candidato de elevado interesse para qualquer empresa. Seja sucinto com as datas e motivos de entrada e saída de cada empresa. Cuidado para não ficar perdido cronologicamente.
4 - Por qual motivo você saiu (ou quer sair) da empresa?
Se você foi demitido, explique de maneira direta e objetiva sem demonstrar nenhum ressentimento ou mágoa com relação aos seus superiores. Caso ainda esteja na empresa, é interessante falar sobre alavancar carreira, desejo de crescimento pessoal e profissional.
5 - O que você não gostava na empresa anterior/atual?
Não se queixe, nem se faça de vítima. Seja positivo em suas colocações mesmo que enfrentasse alguns problemas. Não se esqueça de que nenhuma empresa é perfeita.
6 - Como você lida com as pressões do trabalho?
Inicie sua resposta fornecendo exemplos vivenciados nessa situação. Isso dará consistência à resposta e segurança para o entrevistador enxergar o potencial para ocupar determinada posição.
7 - O que você tem feito atualmente que demonstre sua capacidade de tomar iniciativa?
Comece com uma série de realizações da sua vida profissional. Mostre que você está sempre procurando progredir.
8 - Defina quais são suas maiores qualidades e o que precisa melhorar.
Mencione características geralmente relacionadas com um bom profissional: proatividade, empenho, responsabilidade, entusiasmo, criatividade, persistência, dedicação, iniciativa, e competência. Quanto aos pontos que precisa melhorar, tenha sempre em mente que todos temos “defeitos” e pontuá-los é uma forma de mostrar autocrítica. Não se esqueça de mencionar a vontade ou atitudes para a mudança destes.
9 - Qual seu diferencial e por que você deve ser contratado?
Esta é uma pergunta muito complicada, mas o que se espera é que o profissional saiba "vender" o seu produto. É imprescindível focar nas suas capacidades, valorizar o seu perfil como o mais adequado para aquela função e a forma como poderá trazer benefícios e lucros para a empresa.
10 - Qual é a sua pretensão salarial?
Esta é uma pergunta que normalmente deixa o candidato na defensiva. A sugestão é iniciar a negociação falando de sua última remuneração e dos benefícios oferecidos pela empresa anterior. É interessante questionar o entrevistador sobre a faixa salarial média para a vaga em questão e quais são os benefícios oferecidos pela companhia.
Dicas

Camila Martins ainda lista algumas dicas importantes sobre como se comportar antes e durante a entrevista com o selecionador:

- Cuide de sua aparência e apresentação;
- Leve um currículo impresso e atualizado;
- Seja pontual;
- Evite fumar minutos antes ou iniciar a entrevista mastigando chiclete ou bala;
- Mantenha-se calmo, confie em você e demonstre toda sua capacidade com segurança;
- Fale com clareza e tome cuidado para não contar piadas ou usar gírias;
- Pergunte, demonstre interesse na proposta;
- Não fale mal da empresa anterior, bem como de colegas e chefias.


Danilo Schramm

Em São Paulo

15.7.10

Mercado de Trabalho

Especialista em recrutamento, David Perry coleciona histórias como a do copo de café vazio que rendeu um emprego a um administrador de sistemas.

Coautor do livro "Guerrilla Marketing for Job Hunters 2.0" e especialista em recrutamento, o canadense David Perry defende a ideia que o uso de estratégias pouco ortodoxas na busca por uma vaga pode resultar na obtenção de um novo emprego e, acredite, em um terço do tempo.

Nesta entrevista à ComputerWorld/EUA, Perry - que escreveu o livro em parceria com Jay Conrad Levinson - fornece detalhes sobre essas estratégias e explica como os profissionais de TI podem tirar proveito de suas lições.

ComputerWorld/EUA - O que os candidatos às vagas podem fazer para encurtar a busca por um emprego?

David Perry - Parar de procurar por vagas e passar a procurar por empregadores e por pessoas influentes. Prepare uma relação com as 20 empresas em que gostaria de trabalhar. Se estas não estiverem contratando, a saída será estar em evidência nessas empresas.

Todos os dias essas organizações dispensam funcionários e a procura por mão-de-obra qualificada, na verdade, nunca cessa. Faça o máximo de contatos, frequente os círculos e, assim que a oportunidade aparecer, seja um dos primeiros a saber.

Use sites como o LinkedIn - estar lá é importante, mesmo que não traga resultados imediatos. O LinkedIn é utilizado para consultas sobre quem você é e o que faz. É muito provável que o recrutador procure pelo nome dos candidatos no Google e o LInkedIn apresenta resultados em posições altas nos resultados de busca da web.

CW - Poderia dar exemplos de marketing de guerrilha na busca por empregos?

Perry - Quem entende do assunto sabe que, em média, 20% das vagas existentes são anunciadas na web. Então uma saída é ficar esperto e procurar um meio de ficar visível para as 80% restantes. Fato é que a vasta maioria fica presa às oportunidades anunciadas na Internet.

O lance é criatividade, sabe? Foco e persistência também. Em todo caso, ações mais, digamos, ousadas podem ajudar. Tente ligar para quem decide, mas não engasgue ao ouvir a voz do diretor e lembre que ele tem segundos antes de desligar na sua cara. Faça um CV bacana, com testemunhos de outras pessoas, algo rico e informativo. Tem até caso de gente entregando CVs em embalagens bem criativas como dentro de copos de café descartáveis.

CW - Em copos de café? Como assim? Isso já funcionou para alguém?

Perry - Eu chamo isso de um CV com personalidade. Os ingredientes são bastante básicos: um CV repleto de cores, com logotipos de antigos empregadores, uma embalagem de café para viagem da Starbucks e uma breve carta de apresentação convidando o recrutador para um café e uma conversa sobre como o candidato pode ajudar a empresa.

O negócio é mandar essa caixa por FedEx, DHL ou outro serviço similar. Sobre o sucesso dessa tática, sugiro que pergunte a Mark Thomas. Ele teve de parar a operação de envio dos CVs em copos de café, pois estava com a agenda lotada depois de enviar dez pacotes desse tipo. Thomas começou em um emprego novo em 8 de março, na função de administrador de sistemas em Mesa, no Arizona.

CW - E você acredita que essas táticas servem para profissionais da área de TI?

Perry - Por que não funcionaria? Acho que os profissionais de TI são as pessoas mais habilitadas a fazer esse tipo de ação. Eles têm uma noção nata de como funcionam as redes e as ferramentas colaborativas nas empresas.

Perspectivas
Ainda não temos as previsões de contratação para o mercado de trabalho aqui do Brasil. Mas os números do mercado americano para o segundo semestre são os seguintes:

20% pretendem aumentar substancialmente o contingente de profissionais de TI no segundo semestre;

51% pretendem contratar, mas não muito;

29% responderam não ter intenção alguma de contratar novos profissionais de TI.

Por “aumentar substancialmente” entende-se um incremento de até 50% no número de profissionais desse segmento.

À pergunta "Que nível profissional deve ter o profissional que você pretende contratar?", as respostas foram:

16% Iniciantes

De dois a cinco anos de experiência: 52%

De cinco a dez anos de experiência: 60%

Mais de dez anos de experiência: 29%

Não souberam: 8%

Obs. Para cada pergunta era aceita mais de uma resposta.

(Jamie Eckle)

5.7.10

Diferenciais em Currículos para TI

Veja quatro questões que precisam ser privilegiadas no documento de apresentação.

Empresas de recrutamento e outros especialistas em carreira costumam ter na ponta da língua uma lista de conselhos de como preparar um bom currículo, especialmente para diferenciar-se da concorrência. A intenção é válida, mas o problema nesses casos está no fato de que nem sempre os conselhos se aplicam aos profissionais de TI e à natureza do trabalho do setor, analisa a gerente da Sapphire Technologies – empresa de recrutamento na área de tecnologia da informação –, Shana Westerman.

A especialista avalia que os currículos de TI se diferenciam de outros segmentos porque os profissionais precisam comunicar uma série de conhecimentos, técnicos e operacionais. “Como a tecnologia muda muito rapidamente e o trabalho em TI é bastante baseado em projetos, apresentações genéricas podem acabar sendo um ‘desserviço’ para o profissional”, alerta Shana.

Ela conta que hoje recebe, em média, 300 currículos por dia de pessoas interessadas em trabalhar com tecnologia da informação. A gerente da Sapphire faz uma triagem desse material para enviar aos seus clientes, que são gerentes de TI e executivos de grandes e médias empresas interessados em contratar profissionais.

Shana analisa que muitos dos currículos de TI que recebe são curtos demais para que ela analise se as competências dos profissionais se encaixam nas necessidades das vagas que precisam ser preenchidas. “As pessoas não serão convidadas para um encontro com um possível empregador se não demonstrarem que estão aptas para isso. O currículo é a única ferramenta que leva as pessoas para a entrevista de emprego”, alerta.

A seguir, a especialista elenca os quatro grandes equívocos que os profissionais precisam evitar na hora de preparar um bom currículo em TI:

1. Tamanho certo
Na visão de Sarah os currículos de TI são muito influenciados pela natureza complexa das tarefas do que por um diferencial competitivo no mercado. Ela acredita que a recente crise e a necessidade dos profissionais incorporarem múltiplas tarefas tem modificado a natureza do que as empresas buscam em um candidato.

Os potenciais empregadores não estão interessados em documentos de apresentação muito curtos, como costumam aconselhar as consultorias em gestão. “Eles querem detalhes. O que significa ter um currículo com três ou mais páginas”, pontua a especialista. As informações precisam contemplar com quais tecnologias o profissional já atuou, o tamanho e o escopo dos projetos com os quais já lidaram e quais as principais habilidades.

“Eles [os contratantes] querem ver, de forma clara, se as pessoas têm os conhecimentos necessários, a partir de coisas que esses profissionais já fizeram no passado”, elenca a especialista.

Outra razão pela qual um currículo de uma ou duas páginas nem sempre funciona para profissionais de TI é porque as funções são bastante complexas e as pessoas costumam atuar em múltiplas tarefas.

“Se a pessoa tem cinco ou mais anos em TI, em especial no caso de técnicos, é perfeitamente normal que o documento tenha três, quatro ou até cinco páginas”, informa.

2. Reforce competências
Especialistas em recolocação profissional costumam indicar que quem busca um emprego deve evitar informações repetidas no currículo, como forma de ganhar espaço. Isso é uma má ideia, alerta Shana. Segundo ela, os interessados em contratar alguém costumam verificar se a pessoa teve uma experiência profunda com tecnologias ou temas específicos.

“Se alguém busca um profissional com conhecimento em gestão do orçamento e só vê esse tema tratado em uma ou duas partes do currículo, pode considerar que falta capacitação nessa área", considera a especialista.

3. Uso de cargos
As consultorias que ajudam na recolocação de profissionais recomendam que quem busca um emprego utilize cargos exatos no currículo. A executiva discorda desse conselho. Para ela, na área de TI, muitas vezes o nome do cargo não corresponde às atribuições, por isso, é importante detalhá-las.

Como exemplo, ela diz que algumas instituições bancária dão o cargo de vice-presidente (VP) para profissionais que cuidam da gestão de projetos ou de políticas, em vez de restringir o título apenas a posições executivas. "Se você tem a experiência como VP em seu currículo, mas está se candidatando a uma vaga de gestor de projeto, o possível contratante pode colocá-lo automaticamente fora do processo, achando que você é muito sênior para a posição”, exemplifica Shana.

O truque para explicar um cargo é ser claro. Ou seja, o profissional deve descrever exatamente suas funções anteriores, até para que isso seja confirmado por pessoas que sejam procuradas para dar referências.

4. Diagramação adequada
Alguns especialistas em contratação recomendam que as pessoas incluam cores e elementos gráficos – como um logotipo ou uma foto – no currículo. O objetivo é fazer com que o documento se destaque entre os demais.

A gerente da Sapphire ressalta que nem sempre um currículo ‘enfeitado’ vai atrair um possível empregador, pelo contrário. “As pessoas só querem um documento que seja fácil de ler”, adverte.

30.6.10

Quarta-feira, 30 de junho de 2010

Diretor e Vice-presidente

Monster Brasil recruta para multinacionais


Diretor e Vice-presidente

O Monster Brasil, portal de recrutamento e seleção online, anuncia a abertura de oportunidades em altos cargos de empresasmultinacionais.

Recrutando para a General Eletric (GE), há uma colocação de vice-presidente de CMC na América Latina, profissional que deverá comandar os negócios nesta área do mapa.

Já para posições de diretores, a busca é por profissionais para a empresa suíça Von Essen Consultoria (onde o escolhido deve liderar o escritório da companhia no Rio de Janeiro) e para a americana Tyco Thermal Controls (que deve gerenciar negócios no Brasil e na América Latina).

O consulado da França também recruta profissionais para as áreas de alimentos, bens e equipamentos.

Inscrições para as vagas oferecidas podem ser realizadas pelo endereço www.monsterbrasil.com.br.

14.6.10

Mercado de trabalho: como lidar com o excesso de qualificação.

Seguem cinco dicas para profissionais super qualificados buscarem uma recolocação no mercado e minimizarem os problemas ligados a um currículo que supera as expectativas:

1. Carta de apresentação

É absolutamente essencial explicitar na carta de apresentação os motivos do interesse pela empresa e cargo aos quais se candidata. O documento deve deixar claro que o candidato andou preocupado em entender as atividades da companhia e em identificar em que função pode ser útil. A informação é do gerente de TI da empresa norte-americana de equipamentos médicos Cook Group Inc., Michael Kohlman.

Caso o candidato saiba que é qualificado demais para a vaga, o profissional deve deixar bastante claro em que questões a sua experiência pode impulsionar a dinâmica da empresa, afirma Kohlman.

Esse tipo de argumentação tende a deixar o entrevistador mais confortável e eliminar possíveis desvantagens intrínsecas à situação.

2. Não desqualifique o currículo

A tentação de rebaixar as qualificações, de eliminar determinadas aptidões e de omitir competências deve ser resistida bravamente. “Apresentar um currículo detalhado e com qualificações é fundamental”, diz o diretor de TI da empresa que atua na área de seguro-saúde Medex, Eddie Jenkins. “Deixe que as pessoas saibam que você realmente é”.

3. Prepare-se para a entrevista

Levada em consideração a preocupação que vários gerentes de RH têm no que se refere à fidelidade e às expectativas de carreira do candidato na empresa, antecipe-se às perguntas do entrevistador. De forma geral, os questionamentos serão orientados a identificar se o candidato tem real interesse em permanecer na empresa ou se quer apenas arranjar uma ocupação que o livre de apertos financeiros passageiros, enquanto não arranja nada melhor.

Aos entrevistados fica a dica de, sob hipótese alguma, mencionar a falta de dinheiro como fator motivador de buscar o cargo. Essa atitude em conjunto com qualquer evidência de que o candidato espera ascender astronomicamente na empresa, é fatal para o sucesso da entrevista.

Kolhman afirma que o candidato deve mostrar confiança ao justificar sua opção por um cargo abaixo de suas qualificações com argumentos que indiquem um propósito de crescimento consistente. “É muito positivo agir assim”, define.

Em outras palavras, o candidato deve deixar claro, que a opção pela vaga está alinhada às intenções de crescimento profissional em longo prazo.

4. Definir limites

Derek Stolpa afirma que durante as entrevistas, todas as vezes que o entrevistador dá indícios de que a super qualificação ao cargo pode ser um impeditivo tenta deixar claro que reconhece as limitações e que, sob hipótese alguma, tentará extrapolar as demandas específicas do seu cargo, salvo se for solicitado.

Para Stolpa é importante que os gerentes de RH entendam que profissionais super qualificados, que passaram um tempo inativos, temem ser reconhecidos como uma ameaça. “Estamos dipostos a recomeçar do início” diz. “Queremos viabilizar nossa reentrada no mercado de trabalho e prestar bons serviços”.

5. Mostre os benefícios para a empresa

Segundo o CIO da rede de restaurantes Back Bay, de Boston, David Starmer, uma vez que o candidato decidiu aceitar uma ocupação de nível inferior, é importante que se apresente como alguém valioso para o potencial contratante. Sem dar sinais de desespero, o candidato deve evidenciar as vantagens que representa para a empresa contratar um funcionário mais experiente a um custo menor.

Stamer relata que teve uma experiência nesse sentido dentro de sua equipe. Há seis meses, ele contratou um arquiteto da informação bastante qualificado, com 25 anos de experiência no mercado de serviços financeiros, para assumir o posto de gerente de projetos. Segundo o executivo, a decisão foi fruto de uma avaliação das qualidades do profissional.

(Meridith Levinson)
Retirado da revista eletrônica CIO

25.5.10

Os Gerentes precisam transformar-se em líderes!

Se visitar-mos com presteza a grande maioria das empresas nos dias de hoje, que estilo de líderes iremos encontrar?
Bem, as teorias estão aí.
A liderança situacional do Blanchard me parece que ainda é a mais coerente para os tempos atuais, mas, convenhamos será que encontraremos verdadeiros líderes?
O melhor líder seria aquele que ao invés de usar de seu poder e autoridade, trabalha pela influência. Trata seus subordinados como colegas e literais colaboradores e partilha com eles os problemas e as soluções.
Suas ideias são seguidas por consenso e naturalmente e não por pressão de sua força ou poder dentro da organização.
Goza da simpatia de todos e seu relacionamento pessoal é um ponto importante.
Creio eu que a grande maioria das organizações pode contar nos dedos este tipo de Gerente - líder. Vou mais além e ainda afirmo que poucos são os gestores, quiçá líderes.
As causas são inúmeras, desde uma grande insatisfação salarial, política da empresa, sobrecarga de trabalho, falta de reconhecimento e ambiente altamente competitivo na forma negativa.
É preciso gostar do que se faz, pois assim as tarefas, até aquelas mais árduas serão realizadas com interesse, dedicação e, o mais importante: o desejo de dar certo.
Avalie seu líder, gerente ou gestor e se for possível, tente ajudá-lo, mesmo que ele não perceba sua cooperação. O mínimo que você irá ganhar são dias de trabalho mais tranquilos.

O ser humano é movido por necessidades

O título deste post é bem verdade.
Pensemos.
Desde a concepção o feto necessita dos nutrientes da mãe para desenvolver-se ao longo de nove meses e nascer perfeito, completo.
Quando criança, necessita dos cuidados materno e paterno, cada um na sua medida e responsabilidade: alimentação, saúde, educação.
O ser humano vai crescendo e desenvolvendo a necessidade de socializar-se, afinal é natural o ser gregário.
Ingressa na vida adulta e vem a vontade de trabalhar, casar, ter filhos e dar a continuidade da evolução natural humana.
No momento em que este ser humano ingressa no mundo social, interagindo com outros tantos diferentes, cada um com as suas peculiaridades é de um enriquecimento sem tamanho.
Ele aprende o que é certo, errado, mais ou menos certo, mais ou menos errado. Aprende que tem de tentar não desaprender com os erros que comete e que tem de suportar as frustrações, decepções e negativas que vai amealhando durante sua trajetória por este plano chamado terra.
No meio familiar a necessidade de proteger e suprir sua família. No meio profissional a necessidade de reconhecimento, crescimento não só financeiro, mas também pela sua competência em desempenhar bem as suas atividades.
Ao fim das contas todas essas conexões criam um elo invisível que unifica o ser humano numa grande torrente de alegrias e animosidades.
Hoje posso desejar um emprego melhor, amanhã, apenas o suficiente para o meu sustento.
A educação e a criação dos pais influi significativamente para o desenho desta personalidade.
E dentro de toda essa discussão, a pergunta se faz:
Qual a sua necessidade ?

17.5.10

Empregos

Página traz vagas de 1,5 mil empresas localizadas em todas as regiões do Brasil

O Buscoempregos.com, site de buscas que reúne vagas de emprego cadastradas em diferentes sites pela internet. anunciou que atingiu 400 mil oportunidades de emprego em seu banco de dados. Entre as páginas que fazem parte de sua compilação, sites como Empregos.com, Infojob, Nube, entre outros, além de empresas que não fazem uso de agências de recolocação.

As buscas são realizadas de acordo com a profissão desejada, permitindo filtrar os resultados por estado, cidade, área ou por uma empresa específica.

“O site foi criado porque as vagas disponíveis na internet estão divididas em diversas páginas, o que dificulta e demora o acesso do internauta. O que nós fizemos foi criar um ambiente onde seja possível acessar as mais diferentes vagas, dos mais diferentes locais, de maneira mais fácil” disse o fundador, Alessandro de Castro.

O buscador de empregos foi lançado em junho de 2009 e possui cerca de 1,5 mil empresas cadastradas. As companhias interessadas em anunciar as vagas no site podem realizá-lo gratuitamente.

Para mais informações acesse o site Buscoempregos.com, clicando aqui.

26.4.10

Plenitude de vida

Este é um texto todo recortado por mim. Recortei os trechos mais interessantes e marcantes que falam de alcance de objetivos, força, paciência, perseverança e, principalmente, vida.
É a pequena história real de duas garotas que fizeram o caminho de Saint Jacques de Compostella, na França. Isto aconteceu este ano de 2010.

Segue.

dia 07/04 (trecho avignon/lyon/st-étienne/le puy-en-valey)
"Passei a noite em claro. Pegamos um trem avignon/lyon/st-étienne, e de lá tivemos que pegar um ônibus até le puy-en-valey, pois a greve da companhia ferroviária tinha começado (primeiro obstáculo). Por causa dela, perdemos um dia de caminhada. Chegamos em Le Puy umas 19h30 e dormimos no albergue de la jeunesse.

dia 08/04 (trecho le puy-en-valey/st-christophe-sur-dolaison/montbonnet/monistrol d´allier)
Acordamos ainda escuro para ir na missa que abençoava os peregrinos. Minha amiga pediu que o padre abençoasse nossa caminhada até Conques, mesmo acreditando que não íamos conseguir chegar até lá com o tempo que tínhamos. Partimos com uma alegria de viver tremenda. Tava tudo tão feliz que decidimos caminhar o equivalente a 2 etapas da rota num dia só. Foi um erro? Não sei... forçamos demais a musculatura e isso nos prejudicou nos dias seguintes. Mas estávamos cheias de adrenalina. Chegamos em Monistrol d´Allier umas 19h30 e ninguém acreditou que a gente tinha andado tudo isso num só dia. Dividimos quarto com dois velhinhos fofinhos, que nos deram pomada de arnica para destensionar os músculos.

dia 09/04 (trecho monistrol d´allier/saugues/le falzet/chanaleilles/le sauvage)
Essa etapa do caminho é numa altitude tremenda. Nesse dia fez um frio danado e uma neblina tão forte que eu mal conseguia enxergar minha amiga que tava do meu lado. Por isso, perdemos a sinalização do caminho duas vezes e ficamos andando feito baratas tontas no meio do nevoeiro. Para piorar, todo o esforço do dia anterior surtiu efeito e eu não podia suportar sequer o toque da alça da minha mochila nos ombros. Almoçamos numa cidadezinha chamada saugues. Comecei a perceber que eu tava entrando numa região completamente parada no tempo quando vi que ainda era permitido fumar em lugar fechado (vale lembrar que a França foi um dos primeiros países a instaurar a lei anti-fumo em lugares fechados, junto com Portugal). Nesse dia, a gente queria dormir numa cidade chamada le Falzet, mas a dor nos músculos estava tão insuportável que pedimos uma carona quando faltava menos de 2km para chegar lá. Um velhinho parou e nos sugeriu passar a noite numa gîte feudal em Le Sauvage. E para lá fomos. Essa gîte é surreal. Fica no meio do NADA. Lá só existe uma maison gigantesca, toda de pedra, no meio do campo, numa paisagem linda. Comemos pão, queijo e vinho feitos no próprio lugar. Descobrimos que a maior parte dos peregrinos contratam um serviço de "carregamento de mochila" (eles deixam a mochila numa gîte, uma pessoa vai buscar de carro e entrega na gîte da cidade seguinte). Um luxo que a gente não podia se dar...

dia 10/04 (trecho le sauvage/les faux/st-alban-sur-limagnole/les estrets/aumont-aubrac)
Saí de le sauvage com uma sensação diferente acerca do tempo. tudo remetia à Idade Média. O clima, a paisagem, as casas, as pessoas... e pela primeira vez na vida eu senti que não tinha pressa para nada. Nesse dia, eu e jana cogitamos voltar para avignon antes do previsto: a gente mal conseguia pisar de tanta dor nos pés. mesmo assim, não me pergunte como, andamos 22km só pela manhã. Quando chegamos em st-alban para almoçar, ficamos indignadas com a falta de compaixão das pessoas: todos os restaurantes se negaram a nos vender comida porque já eram 14h30, mesmo havendo ainda pessoas comendo nas mesas. Isso só aumentou a nossa vontade de desistir. Mas um não sei quê fez a gente continuar. Mais 15 km à tarde e, um pouco depois de Les Estrets, não agüentamos mais a dor e pegamos uma carona até Aumont-Aubrac. Em Aumont, ficamos numa gîte bem rústica e dividimos quarto com Sophie, uma francesa de uns 45 anos bem animada, que estava fazendo o caminho sozinha.

dia 11/04 (trecho aumont-aubrac/rieutort/montgros/nasbinals/aubrac/st-chély d´aubrac/st-côme-d´olt/combes/espalion)
Nos perdemos logo no meio do trajeto, no começo da tarde, na saída de Rieutort. Ao ponto de sentarmos no chão e não sabermos o que fazer. NO MEIO DO DESERTO. Até bússola a gente consultou. E o que é que as pessoas fazem na hora do desespero? Prendem-se a qualquer fé que apeteça. Minha amiga se levantou sugerindo que a gente fosse para tal lado porque uma aranha caiu no ombro dela e quando ela foi tirar, a medalhinha de Saint Jacques (que o padre da catedral de Le Puy nos deu) tava apontando para esse tal lado. Não nos resta muita opção. Andamos, andamos, andamos e chegamos num bosquezinho. Lá a gente viu um carro e fomos desesperadas em direção a ele para pedir informação. Um casal de uns 65 anos disseram que a gente tinha saído da rota , mas que se seguíssemos naquela direção, íamos chegar numa outra cidade do Caminho de Santiago. Continuamos. Lá pras tantas, já no final da tarde, no meio do deserto, o desespero batendo, a dor , eu estava mor-ren-do de medo de lobo, urso, essas coisas....PASSA UM CARRO! Um carro no meio do nada!! E como se não bastasse, o homem que deu carona estava indo para Espalion! Se conseguíssimos chegar nessa cidade naquele dia, ia ser possível terminar a rota até Conques, como a gente tava querendo!
Chegamos em espalion e foi o mesmo que chegar no Paraíso. A cidade é linda, as pessoas são gentis e o albergue era ótimo! Fim de noite: eu e minha amiga tomamos umas cervejinhas felizes da vida. E sem vontade nenhuma de desistir.

dia 12/04 (trecho espalion/estaing/golinhac)
Acordamos esfareladas de dor, mas numa animação que barra qualquer macaca de auditório. Senti uma pena enorme de sair de espalion. Mas tava tudo ficando cada vez melhor e a vontade era ver o que nos aguardava ao longo do dia. E que dia. Acho que esse foi o trecho mais bonito da viagem inteira.
Estaing é um cartão postal. E lá conhecemos Monsieur Olivier, um garçom velhinho que nos tratou como filhas . Serviu comida (típica!) , me levou de mãos dadas para o banheiro porque eu estava mancando, deu um cajado para minha amiga, pediu que a gente deixasse um recadinho no livro de visitas dele... e ficou todo emocionado com o que eu escrevi. E eu fiquei toda emocionada com o carinho, a atenção e o alto astral dele.
depois, mais estrada, né? Golinhac não chegava nunca. Foi anoitecendo e meu medo de lobo foi crescendo, a dor somatizando....a cada dia aparecia uma dor nova, num lugar diferente. Quando chegamos em golinhac a cidade era fantasma e as mil gîtes que constavam no guia estavam fechadas. Só tinha uma aberta e era muito esquisita. Suja. Escura. Cheia de velhinhos que fazem o caminho de Santiago de carro, comem no restaurante mais caro da cidade e se hospedam na gîte só porque é mais barata, tirando o lugar de quem não tem dinheiro para pagar hotel. As botas limpas deles denunciavam. Bem como secador de cabelo, aquecedor portátil e outros apetrechos impossíveis de carregar nas costas. Ficamos bem desconfortáveis lá. Desanimadas de novo.

dia 13/04 (trecho golinhac/espeyrac/sénergues/conques)
Minha amiga acordou bem amuada por conta da noite mal dormida e das dores, que tinham seu ápice justamente quando a gente acordava e tentava se levantar. As pernas fraquejavam quando a gente tocava os pés no chão pela primeira vez. Toda manhã a gente tinha certeza que não ia conseguir andar por mais que 1 hora. Mas não sei como, a gente andava 10 horas.
Enfim, Ela sugeriu logo de pegarmos uma carona até Conques. E eu disse NÃO! o trecho não era tão longo, não tinha tanta montanha, e a gente devia chegar em Conques AN-DAN-DO. Aí ela se animou.
Esse trecho do caminho também é muito bonito e uma verdadeira recompensa para quem conseguiu chegar até ali: a maior parte é só descida.
Esse dia foi ótimo, porque a gente se superou. Foi ótimo porque a gente percebeu que é mais forte do que pensava. Foi ótimo porque vimos que, em uma semana, a gente viveu intensamente a vida como ela é: cheia de altos e baixos, descobertas, desapegos, provações, medos, simbolismos, dores, encontros, desencontros, frustrações, êxtases, traumas, surpresas, saudade, felicidade, lembranças, solidão... Foi ótimo porque a gente viu que quando uma ajudava a outra, o simples ato de "ajudar a outra" dava força para as duas. E assim devia ser sempre, com todo mundo. Foi ótimo porque a gente viu que as diferenças só agregam e soubemos lidar com isso muito naturalmente. Foi ótimo porque a gente teve alto-controle, vontade e perseverança para alcançar nosso objetivo, mesmo com frio, dor, fome, sede, sono e dúvida. Foi ótimo porque concluímos que não somos mais as mesmas Juliana e Janayna da manhã de 07 de abril. Foi ótimo porque a cidade de Conques, nosso destino, nos acolheu com o carinho que a gente precisava. E a gente saiu de lá com a impressão de que, no final, se mantivermos o foco, tudo acaba dando certo, mesmo se na metade o objetivo pareça impossível.