30.3.07

A Importância da Socialização Organizacional


Tenho ouvido nos últimos depoimentos de clientes em processo de recolocação profissional a queixa, inclusive, bastante comum, que decerto ainda em mim causa surpresa e decepção, sobre a ausência de socialização ou integração, como queiram chamar, quando se inicia em uma nova empresa.
Os relatos de experiência profissional, óbvio que de suma importância no processo de outplacement, não é a única pesquisa realizada junto ao cliente. Além do contexto pelo qual ele veio a utilizar deste serviço, é construído todo o histórico social onde este executivo experienciou sua trajetória, desde o momento de sua admissão, integração e desligamento.
A presença da ausência de processos de integração e adequação do indivíduo à sua nova função, bem como socialização junto aos novos parceiros de trabalho é muito comum. Situações críticas onde muitas vezes o novo admitido não possui para si nenhuma estrutura de trabalho, como computador, telefone e até o básico que é a mesa e cadeira para sentar-se e começar seu trabalho, e o pior de tudo, em muitos casos nem a definição exata de suas funções na organização. Se nos deparamos com aqueles que atuam externamente, estes precisam utilizar seus próprios veículos e seus telefones particulares e muitas vezes criar e formar do zero sua carteira de clientes.
A equipe de trabalho muitas vezes nem tem o conhecimento de que ali naquele núcleo chegará novo participante e são tomados de surpresa, o que causa, é claro, rejeições e climas de insegurança quanto aos seus empregos.
Passei por isso em minha trajetória profissional onde meu colega e inclusive eu, fomos surpreendidos, pois eu sabia de minha "pseudo-promoção", mas o colega não sabia que seria deposto de seu cargo de liderança. Ele não chegou a ser comunicado pelo gestor de sua mudança de posição na empresa antes da reunião em que foi anunciada a mudança.
Imaginem qual não foi a minha surpresa ao saber que o meu colega não estava sabendo do "job rotation" que o Chefe resolveu fazer ? minha grande sorte é que ele percebeu que eu não tive absolutamente culpa da ingerência do gestor em não prepará-lo para esta mudança.
Ele foi tratado como um literal "recurso humano" e não como um colaborador efetivo da organização e que no momento em que não mais era viável naquela função, foi deslocado na praticidade de um estalo de dedos. Isso ainda existe nas nossas organizações, creiam !
Vemos a torto e a direito verdadeiras campanhas de marketing onde as empresas se vangloriam de seus programas de recursos humanos onde elas são eleitas "As melhores empresas para se trabalhar" , será que são de fato ?
E assim muitas organizações dizem ter uma política de RH bem fundamentada em teorias espetaculares, mas na prática do dia-à-dia não funcionam. Belíssimos manuais de normas e procedimentos gerais são distribuídos e ao mesmo momento engavetados.
Como esperar resultados e motivação desses profissionais ?
Ao contrário, em muitos casos os novos admitidos tem de reorganizar a área onde vão atuar, quando não foram contratados para isso e quando não foi essa a imagem que lhe fizeram quando falaram da empresa a ele.
Não quero aqui ser de toda pessimista e generalizar, pois em toda regra há excessão e tenho absoluta certeza de que existam organizações que levem a sério esse primeiro passo, estrutura de sucesso nos negócios. Algo como a base da pirâmide.

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