16.8.10

Levantamento aponta que 36,9% das mulheres em cargos de liderança se destacam por tarefas que dependem do trabalho em equipe.



Entre as mil maiores empresas do mundo, o número de mulheres que ocupam a posição de CIO ou vice-presidente de TI saltou de 12%, em 2007, para 16,4%, no último ano. O dado foi divulgado pela consultoria de recrutamento Sheila Greco Associates. De acordo com o mesmo levantamento, apesar do aumento de participação das profissionais do sexo feminino, ainda é raro encontrar uma mulher em cargos técnicos, como a diretoria de infraestrutura.
A pesquisa informa que 36,9% das mulheres que ocupam cargos de liderança na área de TI se destacam nas tarefas que dependem do trabalho em equipe, enquanto que esse índice cai para 19% entre os homens na mesma posição. Em contrapartida, 81% dos CIOs do sexo masculino ganham projeção por suas contribuições individuais, enquanto que, no caso das representantes do sexo feminino, esse índice é de  63,1%.
Para a vice-presidente de pesquisas e de programas executivos do Anita Borg Institute, Caroline Simard, não são os diferenciais que têm levado as mulheres à posição de liderança em TI e, sim, os exemplos. “Algumas jovens, quando observam cada vez mais executivas em cargos de liderança, se sentem encorajadas a buscar oportunidades de crescimento profissional”, afirma a executiva. “E, uma vez em posição de destaque dentro das organizações, essas profissionais promovem a entrada de mais mulheres para a companhia”, completa. 
A atual CTO da Cisco Systems, Padmasree Warrior, convive em um ambiente em que mulheres tomam decisões e ocupam vários cargos de alto escalão. Mas nem sempre foi assim. “Quando iniciei a carreira, na indústria de semicondutores, como engenheira de produção, entre milhares de engenheiros, havia apenas três ou quatro pessoas do sexo feminino”, relata. Ainda segundo ela, as profissionais eram obrigadas a mudar a maneira de agir, de falar e, até mesmo, de se vestir, para se adequar a um ambiente predominantemente masculino. 
Essa pressão explica, em parte, o fato de que 74% das mulheres que trabalham no segmento de TI adoram o que fazem, mas estão propensas a deixar a carreira muito mais fácil do que os homens. Para a CIO e vice-presidente de inovação, tecnologia e serviços da companhia de seguros Aetna, Meg McCarthy, essa situação se deve ao fato de que o profissional de tecnologia da informação precisa estar o tempo todo envolvido com o trabalho, o que dificulta um equilíbrio entre vida profissional e pessoal. 
A própria Meg admite que só consegue manter seu cargo pelo fato de estar solteira e não ter filhos.  Não à toa, 33% das gestoras de TI consultadas pelo estudo do Anita Borg Institute apontam que postergaram a maternidade, por conta das pressões profissionais. 
A vice-presidente executiva e responsável por conduzir áreas de risco e de conformidade do banco Wells Fargo Inc., Kerri Grosslight, informa que outra peculiaridade com a qual as mulheres precisam lidar se quiserem alcançar o topo na carreira é o comportamento agressivos por parte de colegas de trabalho. “Eu não conseguia me ver agindo daquela maneira”, cita a executiva, ao considerar que as profissionais tendem a  expor suas opiniões de maneira menos impositiva do que os homens, quando estão na mesa de negociação com o board.

Nenhum comentário: