27.11.05

Resiliência

O estresse profissional é uma realidade observada hoje nas mais diferentes áreas e setores do mercado de trabalho e, diferentemente do que muitos imaginam, não está restrito aos profissionais que exercem altos cargos em grandes empresas.
O problema está presente nos mais distintos níveis hierárquicos, em empresas de todos os portes e se intensifica à medida que aumentam as responsabilidades, cobranças, pressão laboral, competitividade, estafante jornada de trabalho, entre outras características muito típicas do mundo globalizado.

Diante disso, como manter a qualidade de vida e o equilíbrio emocional?

A resposta é simples: treinando a capacidade de cada indivíduo de desenvolver a resiliência.

O termo vem da física e significa a capacidade humana de superar tudo, tirando proveito dos sofrimentos, inerentes às dificuldades. O profissional resiliente é aquele que recupera-se e molda-se a cada "deformação" (obstáculo) situacional.
O equilíbrio humano é semelhante à estrutura de um prédio, se a pressão for superior à resistência, aparecerão rachaduras (doenças e lesões, por exemplo). Dentre as mais diferentes doenças psicossomáticas que se manifestam no indivíduo que não possui resiliência, estão não apenas o estresse, mas doenças graves como a gastrite até a síndrome do pânico, incluindo ainda problemas como vaginites, doenças intestinais, hipertensão arterial, entre outros males.
Durante o ciclo de vida normal, é necessário o indivíduo desenvolver a resiliência para conseguir ultrapassar as passagens com "ganhos", nas diferentes fases: infância, adolescência, juventude, fase adulta e velhice, incluindo mudanças como de solteiro para casado.

O indivíduo que possui resiliência desenvolve a capacidade de recuperar-se e moldar-se novamente a cada obstáculo, a cada desafio.

Um indivíduo submetido a situações de estresse e que sabe vencer sem lesões severas (rachaduras) é um resiliente.
Já o profissional que não possui resiliência é o chamado "homem de vidro", que se "quebra" ao ser submetido às pressões e situações estressantes.
A idéia de resiliência pode ser comparada às modificações da forma de uma bexiga parcialmente inflada, se comprimida, adquirindo as formas mais diversas e retornando ao estado inicial, após pressões exercidas sobre a mesma.

A resiliência consiste em equilíbrio entre a tensão e a habilidade de lutar, além do aprendizado obtido com obstáculos (sofrimentos). Traduzindo em outras palavras, é atingir outro nível de consciência.

Dicas para aumentar a capacidade de resiliência:
  1. Mentalizar seu projeto de vida, mesmo que não possa ser colocado em prática imediatamente;
  2. Sonhar com seu projeto é confortante e reduz a ansiedade;
  3. Aprender e adotar métodos práticos de relaxamento e meditação;
  4. Praticar esporte para aumentar o ânimo e a disposição.
  5. Os exercícios aumentam endorfinas e testosterona que, conseqüentemente, proporcionam sensação de bem-estar ;
  6. Procurar manter o lar em harmonia, pois este é o "ponto de apoio para recuperar-se";
  7. Aproveitar parte do tempo para ampliar os conhecimentos, pois isso aumenta a autoconfiança;
  8. Transformar-se em um otimista incurável, visualizando sempre um futuro bom;
  9. Assumir riscos (ter coragem);
  10. Tornar-se um "sobrevivente" repleto de recursos no mercado profissional;
  11. Apurar o senso de humor (desarmar os pessimistas);
  12. Separar bem quem você é e o que faz;
  13. Usar a criatividade para quebrar a rotina;
  14. Examinar e reflitir sobre a sua relação com o dinheiro;
  15. Permitir-se sentir dor, recuar e, às vezes, enfraquecer, para em seguida retornar ao estado original.


* Dr. Alberto D'Auria é ginecologista e superintentende de Saúde Ocupacional do Hospital e Maternidade São Luiz

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